29 de novembro de 2013

Minha história de amor - Isaías e Ana - Parte 1

Toda menina sonha em viver uma grande história de amor. Encontrar aquela pessoa que vai cuidar, sonhar, somar, brincar,amar...  Mesmo sem saber quem seria meu príncipe encantado comecei a orar muito cedo já na adolescência por aquele que viria a ser meu marido. Observando os meninos estabeleci um padrão pra mim. Não serviria qualquer um pra simplesmente suprir minha carência de amor, ele tinha que ser especial, ser comprometido com Deus, teria que ter um chamado para o ministério como eu, ser trabalhador, esforçado, estudioso e... Ser bonito... Por que não?
Infelizmente as meninas são muito emocionais e facilmente enganadas pelo coração e eu não era diferente. Fiquei muitas vezes apaixonada, decepcionada e confusa acreditando que tinha encontrado meu príncipe encantado. Na realidade, pensava que o amor nunca viria pra mim, pois nada dava certo, se o garoto era comprometido com Deus, ele não era bonito, se era bonito, não tinha compromisso, se era trabalhador não queria servir a Deus... e assim o tempo foi passando e minha frustração crescendo... essa busca nem sempre é fácil e nem clara e alguns cuidados tinham que ser tomados.
Eu tinha um diferencial na minha vida, eu buscava a Deus e queria mais que tudo a Sua vontade pra mim. Por isso me sentia confortada quando algum “romance” não dava certo, eu esperava que Deus sempre tinha o melhor para aqueles que o amam. É difícil acreditar nisso quando não recebemos nenhum sinal positivo, mas a fé é a certeza daquilo que não vemos, mas que esperamos. Eu sempre procurei desenvolver uma fé firme no Senhor e esta fé não só me alimentava como me guiava também. Uma menina de fé não desanima fácil, sua busca é guiada pela dependência do Senhor.
Quando eu fui para o Seminário com 20 anos, o meu foco era estar no centro da vontade de Deus. Isso incluía os rapazes também... Tive muitas oportunidades de namorar rapazes bem interessantes, mas nenhum deles despertou em mim aquele insight “é esse o homem de Deus pra minha vida”.
Não servia qualquer um, só pra preencher um vazio, ele tinha que ter algo a mais. No primeiro ano, fiquei muito iludida com um rapaz que era “perfeito” aos meus olhos, então eu orei, orei e orei. Como no Seminário não é permitido começar nenhum relacionamento no primeiro semestre, o que podíamos fazer era nos conhecermos e orarmos.
Orar faz muito bem pra saúde do coração, nunca esqueça disso! Mesmo que a resposta desta oração seja NÃO! Eu estava quase acreditando que era “aquele”, porque queria que fosse aquele! Às vezes não conseguimos ouvir o que Deus está gritando para nós, porque estamos muito ocupadas com as nossas fantasias e ilusões. Ainda bem que a Palavra de Deus não mente e ela diz: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá” (Jr. 17.9); “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa vem do Senhor (Pv. 16.1)”.
Hoje eu entendo perfeitamente, que os planos do Senhor são muito melhores do que os meus e eu o louvo imensamente por isso, mas... naquela época, eu pensava que nunca daria certo pra mim, que eu não conseguiria identificar a pessoa certa, me sentia a própria “ovelhinha cega, surda e burra...”hehehe
Tinha ouvido centenas de vezes, que “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Ec.3.1), mas meu relógio parecia estar com defeito, tinha a impressão que ele girava ao contrário. Nós sempre achamos que está demorando muito, mas na verdade, neste tempo Deus está trabalhando muitas coisas no meu coração. Eu precisava ser curada de alguns traumas, precisava deixar algumas coisas pra trás como mágoas e ressentimentos, precisava deixar o orgulho e falsas pressuposições... Enfim tinha muito trabalho a ser feito, por isso o tempo era tão importante.
A lição que tiro desta época, é que precisamos aprender a louvar a Deus em tempos de silencio e de respostas negativas. Podemos tirar coisas boas de coisas ruins. “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm. 8 28). Eu não estava pronta para ver como Deus via, eu não estava pronta para receber um presente tão especial...
Só no final do segundo ano, meus olhos foram sendo abertos para uma pessoa linda que estava ali há muito tempo, mas que eu nem tinha percebido. Eu observava como ele era estudioso e fazia tudo com excelência. Sempre se esforçando para se superar. Mas o tinha como um amigo e foi muito engraçado como as coisas aconteceram.
Bem... no meu primeiro ano tinha uma amiga muito querida, que ficou apaixonada por este rapaz, como ela só fez o primeiro ano e eu ainda estava no seminário eu me tornei uma informante de tudo o que acontecia com ele. Então toda semana tinha que conversar um pouquinho com ele, pra ter o que falar pra minha amiga apaixonada. Mas... eu também tinha uma outra amiga muito, mas muito chegada, que também estava totalmente apaixonada por ele. Fora outras que eu não tinha contato íntimo, mas que sabia que suspiravam de amor. Eu ficava pensando, mas o que estas meninas veem nele?
Eu não conseguia ver nada além daquele rapaz estudioso, temente a Deus, esforçado, trabalhador... que seria um ótimo partido para uma das minhas melhores amigas. O amor é literalmente cego! Um dia, fomos para o acampamento, para o retiro de final do ano e depois de umas duas semanas sairíamos para os estágios e viagens. Uma das minhas amigas estava decidida a se declarar pra ele.
Então fui fazer o que as amigas fazem muito bem, o meio de campo. Sentamos na beira do logo, a luz do luar, um frio... e comecei perguntando, sobre aquela pessoa... e daí ele me disse que estava apaixonado por mim. Eu quase caí dento do lago, não que eu não tivesse gostado do que escutei, mas eu não estava esperando. Percebi que tudo isso tinha sido uma armação de Deus - hehhe, para que eu pudesse conversar com ele tantas vezes, sem segundas intenções para de fato conhecer uma pessoa tão especial que eu nem tinha me dado conta que estava ali, tão perto.
Aquilo me esquentou tanto que apesar do frio, tirei o casaco e ofereci pra ele que estava gelado, e até parecia que ia cair duro depois do tinha feito. Foi uma sensação dupla, maravilhosa e aterrorizante. Imaginem... E agora? O que eu iria dizer pra minha amiga que estava esperando a deixa? Quando eu voltei pra falar com ela... adivinhem? Ela leu na minha cara que tinha algo diferente no ar.
A reação dela me deixou numa situação muito difícil, e além dessa amiga, ainda tinha outra com expectativas e tal. Eu entrei numa crise muito grande, um conflito dentro de mim, percebi que também o admirava muito e que sentia algo especial, mas e as minhas amigas? Tudo bem que ele “teria que escolher” uma delas, mas e agora? Fiquei uns dias sem conversar com ele, tentando acomodar tudo aquilo na minha mente.
Ele pensou que eu não tinha gostado, que estava brava. Até hoje não sei porque os homens entendem tudo errado! Eu estava em crise. Desta vez, eu é que recebi a ajuda de uma amiga dele, que cômico, ela fez aquele meio campo e nós conversamos novamente. Daí eu disse que também sentia algo especial, e não sabia bem certo o que era. Logo de cara ele me disse que me amava e queria casar comigo. Fiquei em crise de novo.
Tudo bem... você deve estar pensando... não era isso que ela queria afinal? SIM, mas a mulher às vezes é muita confusa e precisa desesperadamente da ajuda do Senhor para entender os sinais. Resolvemos marcar uma conversa no domingo à tarde, em São Paulo, num restaurante Árabe... Ali, naquele lugar ele me pediu em namoro e eu...
Estão gostando da história??
Espero que sim, então aguardem o próximo post da sexta-feira!
Ana Cláudia de Almeida Christal
Curitiba/ PR

Um comentário:

  1. Gente, que lindo !! me identifiquei muittooooooooo!!!
    Qual é o Seminário?
    Beijos, Deus abenções vocês!

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