10 de março de 2015

Depender do Pai..O que ELES pensam?


“Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos teus estatutos, e guardá-lo-ei até o fim. Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei, e observá- la-ei de todo o meu coração. Faze-me andar na vereda dos teus mandamentos, porque nela tenho prazer. Inclina o meu coração aos teus testemunhos, e não à cobiça. Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade, e vivifica-me no teu caminho. Confirma a tua palavra ao teu servo, que é dedicado ao teu temor. Desvia de mim o opróbrio que temo, pois os teus juízos são bons. Eis que tenho desejado os teus preceitos; vivifica-me na tua justiça.” (Salmos 119:33-40).
Que oração íntima essa do salmista. Fala de um desejo a cerca de uma dependência. Que sensação maravilhosa era aquela de no meio da noite quando nos chegavam os maus pensamentos, saber que se esvaiam pelo simples fato de segurar em uma das mãos de um pai sonolento ou repousar debaixo do mesmo cobertor, sentindo o calor do grande corpo protetor. Talvez nos venha a lembrança daquele segurar de mão quando crianças ao atravessar uma rua sem nem sequer saber quantos perigos nos rodeavam, certos de que o melhor momento de iniciar a travessia seria quando fossemos puxados, sem considerar mais nada.
Na fé cristã quanto mais amadurecemos, mais entendemos que precisamos depender.
Agora, até onde devemos nos apoiar nesta dependência cega?
Parece que estou sendo um tanto contraditório, porém perceba que na grande parte do nosso dia nossas decisões são tomadas sem qualquer tipo de consulta a um amigo, um familiar, um conselheiro e quem dirá a Deus. Não estou querendo dizer que isto é bom ou ruim, certo ou errado, pelo menos ainda, estou apenas levantando algumas questões.
Somos acostumados a crer piamente em algo que alguém nos disse apenas por um sentimento de empatia com o emissor da informação ou por pura preguiça de ir atrás da verdade. No texto bíblico citado acima podemos perceber a oração de homem a Deus e tendenciosamente imaginamos que este diálogo parte do presente para o futuro, mas se observarmos os versículos do 26 ao 29, constatamos algo diferente: “Quando contei minha história, tu respondeste e me treinaste bem na tua sabedoria. Ajudaste-me a entender o interior e o exterior, para que eu pudesse ponderar sobre teus milagres. Minha vida está em decadência, como um celeiro desmoronando: restaura-me por meio da tua Palavra.”  O salmista sabia que precisaria depender de Deus para suportar, encarar ou cumprir as decisões que já havia tomado.
Depender de Deus não é se ausentar das culpas por medo das consequências, mas saber reconhecê-las e crer que ainda que doa, algum proveito pedagógico insurgirá e com ele a terra firme.
 Não vamos usar nossa necessidade de dependência para fazer de Deus o pai do pecado. Nós somos responsáveis pelo que fazemos, moralmente responsáveis. Não vamos colocar na conta de Deus o desejo que é apenas nosso de ver coisas “acendendo” por aí, pessoas falando algo de nós para nós mesmos ou até mesmo contrariando a verdade da Palavra sob a pretensão de achá-la obsoleta para os dias de hoje.
Depender não é receber determinação.
Toda relação religiosa que não nos ensine a atravessar a rua é nociva. Esse desejo de ficar sob o cuidado de um guia protetor encontra guarida apenas no seio dos grupos dominadores que se auto estabelecem “braço” para guiar aqueles que se contentam em receber suas determinações. Fuja dos pseudobraços protetores da religião e confie na direção certa do Príncipe da Paz.
Ele não vai pegar nossa mão e nos arrastar pelo caminho que sabe ser o melhor. Ele vem ao nosso encontro e nos conquista para seguirmos pelo Seu Caminho, a jornada é nossa, a responsabilidade é nossa e temos que seguir para diariamente nos parecermos um pouco mais com o mestre amado através do Espírito.
Pense bem, nosso ano não será o da vitória porque está na placa da igreja ou porque alguém disse que será, nem tampouco o da plenitude de Deus ou do que quer que seja. Nossa maior vitória se deu na cruz e nossa plenitude de Deus é Jesus, o Cristo e este crucificado, todo o restante será fruto de dependência e decisão e não de profecia ou pensamento positivo.
Não precisamos clamar por direção toda vez que formos ao McDonalds, vamos escolher nosso lanche em paz, depender do Cristo na vida, sobretudo para atravessar pelas trilhas rochosas das decisões erradas ou desfrutar das bênçãos de uma intimidade com o Pai que nos levam pelos asfaltos de estradas recém construídas.
Raphael Douglas Almeida
Florianópolis/SC

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