Vamos continuar a minha história de amor???
Bom, começamos a namorar no dia 31/01/2011, e
a partir disso, fomos criando uma amizade e cumplicidade bem forte, até porque
nosso namoro sempre foi a distância Ijuí – Santa Maria, e o que tínhamos era
apenas nossas conversas diárias (aliás, na minha opinião esse é um lado bom do
namoro a distância, acho que a amizade acaba se tornando um pilar bem forte).
Então, bilhetinhos pra cá e pra lá, musicas, cartões, cartas... tudo isso
começou a fazer parte do nosso cotidiano, e junto, o desafio de se abrir para
um outro alguém, de aprender a ser amada
por um homem.
Mas algo interessante foi bem marcante nos
primeiros seis meses, conforme eu ia conhecendo o Dani, me aproximando e
confiando nele, foi crescendo um sentimento de que eu não podia mostrar
totalmente quem eu era (estranho né?).
Então, quando eu tinha minhas crises de auto estima, não conseguia contar pra
ele, só chorava no telefone. Ele dizia que me amava, mas eu não conseguia
acreditar, respondia que ele não me conhecia o suficiente pra poder afirmar
isso. (Olhando agora pra isso, talvez até pareça bobagem, mas eu lembro o
quanto isso era forte e o quanto eu acreditava que era verdade).
Foi aí que Deus começou a cavocar meu coração
bem lá no fundo e me mostrar algumas coisas. Usou pessoas (além do Dani,
amigos, até uma psicóloga cristã) para que eu enxergasse em quantas mentiras eu
acreditava, isso, desde criança. Até hoje, estou num processo de restauração
nessa área, e talvez, Deus trabalhe comigo com isso até o fim da minha vida,
mas acreditem, nesses 3 anos e pouco, Ele já remexeu e curou muita coisa.
Então algo importante apareceu na nossa vida
(essa parte tenho que voltar um pouco atrás pra explicar). O Dani nasceu com um
problema no coração (Tetralogia de Fallot) que é grave, e teve que fazer
cirurgia quando criança e acompanhamento em São Paulo de 6 em 6 meses. Mas na
adolescência não quis mais ir, e não teve jeito da mãe dele convencê-lo.
Na minha faculdade (terapia ocupacional) eu
tive uma matéria (patologia), bem nesses 6 primeiros meses de namoro, em que um
dia o professor deu uma aula inteira sobre a doença dele, e terminou dizendo
que pessoas que tinham isso, quando adultas, poderiam ter morte súbita, devido
à cicatrizes da cirurgia quando criança. (Ele foi bem dramático, imaginem minha
cara...hehehe). Eu fiquei em choque, e o professor também, quando falei que meu
namorado tinha isso. Foi aí que, desesperada, consegui convencer o Dani a
voltar ao médico, e aí que nos aproximamos bem mais. Não sei explicar
exatamente, mais foi a partir dali que comecei a me abrir mais, e ter certeza
que esse era o homem da minha vida mesmo (a gente sabe que algumas coisas ficam
mais claras diante de uma possível perda né?).
Um ano depois mais ou menos (dia 15/06/12 –
nesse domingo completou dois anos!), ele teve que fazer uma cirurgia bem
grande, e nesse ano, nosso amor foi crescendo, se aprofundando, demonstrado de
um modo muito bonito (por exemplo, ele compôs doze músicas pra mim e gravou um
cd - sim gurias, ainda existem caras
românticos! Heheh). Enfim, resumindo, antes da cirurgia já estávamos planejando
nosso casamento.
Bom, sobre a cirurgia e essa época (pulando
um ano) eu posso dizer pra vocês que minha oração chegou num ponto que eu só
conseguia dizer “Por favor! Por favor!”, sério, não saía mais nenhuma palavra
de mim na oração. O Dani estava
tranquilo, com paz no coração, mas eu, e sei que outras pessoas próximas, não
estávamos. Nessas horas dizer que os médicos eram os melhores, que a medicina é
avançada, que tudo vai dar certo, não funcionou mesmo. Eu tinha pra mim que,
claro, Deus estava no controle e Sua vontade seria feita, mas sério mesmo, eu
não tinha a certeza, e por isso, a audácia também de dizer que a cirurgia daria
certo (vocês entendem?).
Eu simplesmente não sabia se era a vontade
Dele que o Dani continuasse vivo (e não era pessimismo, mas agora vejo que foi
algo que Deus não me deu (a certeza) pra que eu aprendesse algumas coisas). Um
grande desafio nessa época foi fortalecer a certeza de que Deus é bom!
Independente do que acontecesse, Ele é bom. (Talvez muitas de vocês estejam
pensando, mas ela não tinha fé que Deus ia cuidar dele? Não orou pra Deus
colocar a Sua mão na cirurgia? Claro que sim, eu tinha a fé de que Deus podia
fazer o que quisesse, mas não sabia qual era a vontade Dele, falando com toda a
sinceridade do meu coração). Foi algo muito profundo, e que posso dizer,
amadureceu meu relacionamento com Deus.
E Deus foi tão bom, não só por ter dado tudo
certo, mesmo com algumas complicações na cirurgia e no pós-cirúrgico, como no
momento da cirurgia (mas só ali e não antes) e até ver o Dani na UTI no dia
seguinte, Ele ter me dado essa “PAZ que excede todo o entendimento”, tanto que
eu dormi tranquilamente enquanto ele fazia a cirurgia (acreditam?) e estava bem
calma até vê-lo. Como disse, tiveram complicações, tanto que a médica na UTI me
disse pra “rezar muito” se acreditasse em Deus.
Enfim, sei que tinha muita gente orando por
nós, e isso, sem dúvida, fez toda a diferença. O Dani se recuperou (demorou uns
5 meses), mas hoje está bem. Ah, e só mais uma coisinha desse assunto, antes da
cirurgia, nenhum médico conseguia acreditar como ele tinha uma vida normal,
sendo que já deveria ter feito essa cirurgia bem antes! (Deus é bom, né?)
Essa parte ficou mais comprida (espero que
vocês me perdoem), mas não consigo dizer pouco sobre essa experiência, ainda
mais que agora é a época do “aniversário da cirurgia” e não tem como não parar
e refletir sobre essas coisas. Desde lá, quando lembro de tudo o que Deus fez,
e por ter deixado o Dani viver e compartilhar minha vida com ele, minha oração
mudou de “Por favor! Para: Obrigada meu Deus!”, eu só consigo agradecer, o
quanto Ele foi bom conosco, o quanto Ele foi bom comigo.
Ane
Wondracek Torgan
Ijuí/RS
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