A
minha história de amor é divida em duas partes: a primeira parte dá para se
dizer que é antes de Cristo e a segunda depois de Cristo. Pois, tanto eu quanto
meu esposo não éramos cristãos.
Primeira
Parte! Minha história de amor sem Cristo.
Eu
sou filha de pais separados minha mãe trabalhou muito durante a minha
adolescência e por este motivo, tive que aprender a ser independente, assim
consequentemente, eu era muito carente de afeto. Essa lacuna de certa forma eu
procurava suprir com relacionamentos. Mas eu tinha muitos sonhos e um deles era
alcançar a formação acadêmica, queria muito ter me formado em direito, mas
também queria muito a minha família, o meu esposo, sonhava com o meu príncipe
encantado. E foi nesta época que conheci o meu esposo, o meu príncipe
encantado.
Como
toda adolescente sonhadora, o príncipe tinha que ter alguns atributos,
concordam comigo? Olha a minha lista de coisas que ele devia ter.
- Não poderia beber bebida alcoólica; (Pais separados por causa da
bebida).
- Queria que fosse moreno;
- Compreensivo e maduro;
- Inteligente e educado;
- Divertido;
- Amoroso, carinhoso, atencioso;
- Que guardasse as nossas datas importantes;
- Que fosse trabalhador, determinado;
- Que fosse honesto;
- E o mais importante: Que me amasse;
Um
dia para ficar na história de nossos corações foi o dia 11 de junho de 1995,
data em que nos conhecemos em um CTG (Centro de Tradições Gaúchas). Eu tinha
ido com dois dos meus tios, e ele estava na bateria da banda que estava
animando o baile. Eu não gostava muito das prendas (anfitriã) deste CTG (coisa
de adolescente competitiva mesmo) e acreditem, ele descia da bateria e elas o
cercavam e só por causa disto eu falei comigo mesma é ele que nesta noite eu
vou namorar. Então, namoramos naquela noite para nunca mais nos separarmos.
Dando
uma pequena resumida na nossa história, nós namoramos por oito meses e eu fiz o
que não era certo e acabei ficando grávida. Tivemos um lindo menino o Alifer,
que foi o motivo da nossa precoce união. Éramos uns pais de primeira viagem
sim, porém muito amorosos. O Alifer era a paixão do Roberto. Foi uma época
muito especial e ao mesmo tempo muito difícil do nosso casamento. Aliás, nós
nem casamos minha mãe achou melhor eu e o Roberto não nos casarmos por causa de
uma pensão deixada para mim.
O
Roberto trabalhava muito, além do trabalho que ele tinha, ele tocava em uma
banda quatro dias por semana. Praticamente ele não parava em casa, e eu cuidava
do nosso filho que era algo maravilhoso. Como em todo conto de princesa algo de
ruim tem que acontecer.
Segunda Parte!
Minha história de amor com Cristo.
Quando nosso filho estava com nove meses
de vida ele teve uma complicação de saúde, que nenhum médico soube explicar.
Nem se quer assinar o seu atestado de óbito, só depois de uma semana que o pediatra
foi assinar.
Isto foi como se tirasse o nosso chão,
como se não existisse mais céu nem terra, foi um total vazio em nossas vidas.
Mas foi neste exato momento que Deus agiu em nossas vidas de um modo
incomparável.
Eu não queria mais morar na minha
cidade, porque lá não havia UTI pediátrica e o atendimento da saúde era precário.
Então recebemos o convite de ir embora para Caxias ou Santa Cruz do Sul, então decidimos
ir para Santa Cruz do Sul e foi a melhor coisa que poderíamos ter feito naquele
momento. Através da família Santos conhecemos a Igreja Batista. Foi algo
espetacular porque toda igreja orava por nós se preocupava conosco, e foi ali
que o nosso casamento começou a engatinhar para um novo começo.
Não posso esquecer que
quando nos conhecemos, o Roberto foi logo falando: “só uma coisa eu te peço que nunca me peça para deixar de tocar bateria, pois está é a
minha paixão.” Neste momento eu pensei: eu não posso,
mais sei de uma pessoa que pode, Deus pode mudar. Realmente Deus mudou o meu
esposo e acredite foi para melhor, assim como também Ele mudou a mim mesma.
Em um dos cultos do inicio do ano de 1999,
o Roberto aceitou a Jesus como único e verdadeiro Salvador de sua vida e claro
que juntamente comigo. Eu que já havia tido um encontro com Cristo pouco antes
de conhecer o Roberto. Como muitos fazem: “agora não Jesus” “me deixa viver
mais um pouco” “fica para depois”... O depois me custou muito caro. Não aceitei
Jesus pelo amor, mas pela dor da perda do nosso primeiro filho.
Todas as coisas
contribuem para o bem daqueles que amam a Cristo!
Em Abril de 1999 tomamos a decisão de nos casarmos, porque queríamos muito nos
batizar. Nos casamos em uma sexta-feira, dia 07 de maio e no dia 09 de maio nos
batizamos para a glória de nosso Deus. Foi benção, a igreja nos ajudou muito. A
festa de casamento, a decoração, foi tudo por conta da organização da família
Santos que nos adotaram como irmãos. Tenho muito que agradecer a esta amada Igreja
que nos ensinou a andar como cristãos. Por causa do casamento, eu perdi a
pensão que eu recebia, confiei que Deus supriria as nossas necessidades e
sempre foi assim, Deus nunca nos deixou faltar nada.
No ano de 2000 fiquei grávida novamente
e muito feliz, mas por conta de uma infecção acabei perdendo o nosso segundo
menino. Perguntei-me várias vezes: “Por que? Agora a minha vida já está toda
certinha...” Eu realmente não conseguia entender. E por não entender o meu
coração se fechou, e eu não queria mais saber de ter filhos, mas Deus em sua
infinita graça usou a vida de uma missionária americana para falar comigo.
Um dia, quando eu brincava com
as crianças da Igreja, o meu olhar se perdeu, vendo duas meninas irmãs com a
diferença de dois anos, meus filhos teriam a mesma idade delas, e esta
comparação de idade e de imaginar por uma fração de segundos como seria a minha
vida com os dois, me fez sofrer. Mas Deus mandou uma irmã dizer: “Gislene elas
teriam a mesma idade dos filhos que você perdeu?” E eu respondi: “sim”. E ela
perguntou: “como está o seu coração?” Eu respondi: “vivendo de graça
em graça, porque a graça do SENHOR me basta neste momento.” Sai da pracinha e
fui para a cozinha ajudar na louça, pois era almoço da igreja. Naquele dia,
Kathy a missionária americana, disse assim: “Gislene você precisa fazer a
oração de Ana.” E eu com o coração muito duro respondi para ela: “quem disse
que eu quero ter filhos? Basta ter sofrido por duas vezes.” Mas Deus não
desistiu de mim naquele dia e ela então voltou a falar: “Deus quer te abençoar e você não está deixando.” Então quase sem
voz respondi: “está bom, eu oro para que Deus cure as minhas feridas e você ore
para que eu fique grávida, porque eu não tenho coragem de orar para ficar
grávida ainda.”
Poucos meses depois, dentro de um ônibus
indo para um pequeno grupo que era na casa de Kathy, eu comecei a conversar com
Deus, e eu falei exatamente assim: “Deus se for da sua vontade, se o SENHOR
acha que eu consigo, eu gostaria de ser mãe novamente.” E o SENHOR me respondeu
assim: “olha para as pessoas que estão contigo dentro deste ônibus, tão certo
como você vê elas você já está gravida. ” Chegando no grupo eu queria logo
contar para o Roberto a notícia, mais fui impedida por uma irmã que me disse
Gislene não faz isso, porque se você não estiver o Roberto vai sofrer muito,
sem falar das pessoas novas na fé que estão aqui faça o exame primeiro.
Eu obedeci a minha querida amiga, e no outro
dia...
Nessa história podemos ver o propósito
de Deus para a vida desse casal, dessa família.. Mas ainda tem muito agir de
Deus para vocês saberem, por isso, continua na próxima semana... :)
Gislene V. da Rosa
Cotia – SP
Cotia – SP